O relator do Orçamento de 2025, senador Angelo Coronel (PSD-BA), disse nesta quarta-feira (12) que o governo federal propôs um corte de quase R$ 8 bilhões no Bolsa Família para ajustar desvios e evitar fraudes. O reparo, de R$ 7,6 bilhões, deve constar no parecer da peça orçamentária que deve ser votado pela CMO (Comissão Mista de Orçamento) e pelo plenário do Congresso Nacional na próxima semana.
“O governo está propondo um corte de R$ 8 bilhões do Bolsa Família, que é uma maneira de sanear, de iniciar o saneamento do Bolsa Família. Famílias que recebem pai, filho, mãe, então é uma maneira de iniciar o ajuste. É uma medida até impopular, mas eu acho que é necessária para acabar com fraudes, porque, por acaso, existem”, disse Coronel.
Ele explicou, porém, que as famílias que, de fato, precisam do benefício, continuarão recebendo os valores mediante um recadastramento.
“Tem gente, por exemplo, que está trabalhando, mas não quer carteira assinada para não perder o Bolsa Família. Será uma maneira de começar a controlar supostos desvios do Bolsa Família”, continuou Coronel.
De acordo com o líder do governo, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), não se trata de corte, mas de um pente-fino feito pela gestão petista. “Não altera em nada o status que hoje está. São famílias que ou não recebiam mais, não deveriam receber ou são famílias unipessoais. Não há corte, há uma adequação àquilo que já havia sido anunciado”, declarou.
O Orçamento de 2025 deveria ter sido votado em 2024, mas o relator adiou a apresentação do parecer em virtude de ajustes promovido pelo pacote de corte de gastos do governo federal. O texto deve ser apresentado na terça-feira (18).
Coronel quer votar o relatório na CMO na manhã da quarta-feira (19) e, no Congresso, à tarde. Já o governo acredita que o Congresso só deve votar a peça na quinta-feira (20).
Mais cedo, o governo enviou ao Congresso a relação de adequações ao Orçamento de 2025. Além dos cortes no Bolsa Família, a lista conta com a inclusão de programas sociais que inicialmente não estavam previstos para os gastos do ano, como o Pé-de-Meia e o Vale Gás.